When I had opened your envelope in a quiet corner of the Club Staircase, I sat on the stairs and groaned a little, and then went up and loosed off a gourd, Gothic vacuum of a letter, which I "put by" (as you would recommend for such effusions) until I could think over the thing without grame. [Sassoon cannot explain this word.]
— Em carta de Wilfred Owen para Siegfried Sassoon
há esta palavra numa carta dita
de amor
que não se pode explicar.
esse silêncio
vem em forma de nota entre
colchetes
é como carson traz os fragmentos
de safo (ou sappho)
estas palavras que se soltam
do tempo.
a diferença entre a relação
é grande
carson traduz sappho separadas
pelo tempo,
pela língua, as diferenças são
múltiplas enquanto
na carta em questão há um caso
de amor.
eles dividem a língua, o tempo e mesmo
uma guerra.
é tim kendall vai dizer que a amizade
significava mais
para owen do que sassoon, pode-se assim
acreditar que este
silêncio é fruto de certo desinteresse
marcando a primeira
diferença na relação desses quatro poetas.
gosto mais de abrir a possibilidade
de um segredo.
grame (segundo uma rápida pesquisa
no google)
é uma palavra arcaica para
anger
sorrow, harm, misery
a nota, entretanto, diz que sassoon
não pode explicar
esta palavra. eu também não posso
explicar
a maioria das palavras. a carta corre
apesar
de nosso desconhecimento, segue
um agradecimento.
um agradecimento por uma fotografia
de siegfried.
a palavra grame retorna mais duas vezes
rich anger
no primeiro retorno, sua roupagem atual
depois retornamos
ao arcaico grame, agora, sem nota alguma.
a carta de um amor
não correspondido e descrito (ali mesmo)
como desapaixonado.
os mistérios se somam ao silêncio como é
comum
em correspondências que não nos pertencem.
me volto
ainda a esta palavra grame, ao sentimento
arcaico
que pode tornar possível um amor sem
correspondência: