how can i ask anybody to love me
Tenho esquecido por aí coisas importantes. Primeiro esqueci meu caderno em Juíz de Fora no lançamento do livro de Otávio. Depois esqueci três livros, dois dos quais precisava para escrever o que pretendia aqui e outro para o que deveria estar escrevendo nesse momento enquanto escrevo para vocês essa notinha. 1
A primeira vez que entrei numa sala de terapia foi aos 5 anos. São agora 23 anos de idas e vindas em diferentes salas, com diferentes tipos de terapias. Essa longa relação com estar numa sala onde eu devo colocar para fora meus sentimentos, pensamentos e etc me ensinou a analisa-los muito bem. Mas também me ensinou, de certa forma, a me separar deles de alguma forma. Separar e olhar para eles como se eles não fossem meus para então sentir o que eu tinha de sentir. Como quem quer digerir a comida antes de ela passar pelo sistema digestor.
O que tenho feito agora é tentando não me separar do que me sinto para entender. Ou entender enquanto sinto, entender com o corpo e não com a cabeça. Algo nesse lugar que ainda preciso encontrar uma maneira de escrever sem ser piégas.
Quando comecei a escrever poemas há cerca de cinco anos me diziam sempre que o que eu escrevia era muito bonito e eu odiava ouvir isso. Hoje seguem me dizendo isso e não mais odeio sempre. Sou defensor da beleza, gosto muito dela. Mas há algo mais que a beleza que tento alcançar. Ultimamente tenho tentado escrever sobre amor, sobre esses sentimentos que disse que não tento mais me separar deles. O problema é que não sei ainda entrar nessa língua. Ou não da forma que achava que era a forma certo de se usar essa língua.
ROMANCE I have heard it said that love turns people soft but I have never been more brutal
Concordo com o que Elaine Kahn diz nesse poema2. Eu nunca fui mais brutal do que quando estive em um romance. Agora, na tentativa de manter isso o mais próximo de um caderno e porque não escrevi o que gostaria envio alguns poemas que estão ainda em rascunho, em meus cadernos.
perdi a primeira versão dessa primeira newsletter por algum razão. ainda não entendi como usa a plataforma, então tive que reescrever o que lembrava para mandar logo de uma vez. prometo que as outras serão melhores. ou não
o poema Romance está em Romance or The End. Em tradução livre o poema diz: Já ouvi dizerem/ que o amor/ torna as pessoas/ moles/ mas eu/ nunca estive/ mais/ brutal